Nem todo o amor tem Deus,
mas Deus tem sempre amor. Mais: Deus não Se limita a ter amor; Deus é amor
(cf. 1Jo 4, 8.16). Criada por Deus, a Igreja tem de ser por excelência o lugar
do amor. E será o lugar do amor se, desde logo, acolher o amor que a funda, o
amor que a sustenta, o amor que a alimenta. Daí que, quanto mais perto de Deus,
mais perto do amor. E daí também que a falta de amor de uns pelos outros seja a
maior demonstração da falta do amor a Deus.
Ainda temos um longo — muito
longo — caminho a percorrer neste campo. O amor, que é Deus, não está longe de
nós, mas nós, por vezes, teimamos em estar longe de Deus, que é amor. E ninguém
diga que tem fé se não tem amor. O amor é o grande certificado da fé. Acreditar
sem amar? Nem pensar. Não é possível acreditar sem amar. A fé envolve sempre o
amor.
A fé tudo consegue, quando
está habitada pelo amor. Até consegue suportar o insuportável. É assim que
percebemos a pergunta pertinente de Balduíno de Cantuária, no século XII: «Que
há de impossível para quem crê? E que há de difícil para quem ama?»
A nossa profissão de fé é
também — e bastante — uma confissão de amor. O Credo é uma expressão de fé na
medida em que é uma história de amor. Aliás, enquanto história de fé, só pode
ser história de amor. Só há fé quando existe amor: o amor é a fé vivenciada! Só
o amor, como dizia Hans Urs von Balthasar, «é digno de fé».
Frei Francisco Bezerra do
Nascimento
LEVAR A FÉ É (TAMBÉM) LEVAR O AMOR
Reviewed by Francisco Nascimento
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10:28
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