Por aqui se vê como, em
Igreja, temo de nos descentrar constantemente para nos recentrar
permanentemente: em Deus e no Homem. Temos de formar comunidades orantes e,
simultaneamente, comunidades fraternas. Temos de constituir uma Igreja
«intro-vertida» e, ao mesmo tempo, «extro-vertida»: voltada para Deus na oração
e voltada para a Humanidade na ação.
Para isto, não são
necessários especiais recursos organizativos. Até é bom que eles sejam mínimos
para não nos desviarem do essencial. Basta que nos detenhamos no Evangelho. O
programa de Jesus está aí. Basta que nos mobilizemos em torno de um mandamento:
«Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (cf. Jo 13, 34; 15, 12). É pela
solidariedade, pela misericórdia e pela compaixão que a Igreja mostra o
acolhimento do amor divino.
Quanto mais a Igreja se
voltar para fora, tanto melhor se revitalizará dentro. Quanto mais a Igreja se
despojar, tanto melhor a Igreja se redescobrirá na sua beleza e na sua unidade.
O pecado da divisão, tão duramente denunciado por Jesus, nasce de um enquistamento
de cada um sobre si mesmo. «Se um reino estiver dividido, combatendo-se a si
mesmo, não pode aguentar-se» (Mc 3, 24). Infelizmente, ainda há muitas divisões
nas nossas comunidades. É sinal de que ainda estamos muito apegados a nós e
pouco ligados a Cristo.
A divisão é fomentada pelo
aprisionamento do «eu» e exacerbada pelo ódio dos outros. Como se não bastasse
o egoísmo, temos de suportar, tantas vezes, o ódio. É tempo de parar. É tempo
de recomeçar. Libertemo-nos de nós. Desapeguemo-nos da «tirania do eu».
Entreguemo-nos a Deus. E habituemo-nos a tratar os outros como filhos Seus!
Frei Francisco Bezerra do
Nascimento, OFMConv.
POR UMA IGREJA «INTRO» E «EXTRO» VERTIDA
Reviewed by Francisco Nascimento
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